quinta-feira, 19 de maio de 2011

Vale oficializa Murilo Ferreira como novo presidente






Conselho de Administração aprovou nesta quinta-feira a nomeação.
Executivo irá substituir Roger Agnelli a partir do dia 22.

Do G1, em São Paulo

O Conselho de Administração da Vale oficializou nesta quinta-feira (19) o nome de Murilo Ferreira como novo diretor-presidente da companhia. O executivo irá suceder Roger Agnelli no comando da empresa a partir do próximo domingo (22).

Ferreira tinha sido indicado pelos acionistas controladores da Valepar no dia 4 de abril e o seu nome foi aprovado em reunião extraordinária do Conselho de Administração, realizada nesta quinta-feira, segundo comunicado divulgado pela empresa.

A Vale informou ainda que na ata da reunião o Conselho de Administração "consignou o reconhecimento pelo trabalho contínuo e bem-sucedido desenvolvido por Roger Agnelli ao longo dos últimos dez anos que muito contribuiu para que a Vale alcançasse a posição de destaque que desfruta atualmente, no Brasil e no mundo".

A Valepar é a principal acionista da Vale, com 53,5% das ações ordinárias (com direito a voto) da mineradora. A Litel, formada pelos fundos de pensão, tem, por sua vez, 49% da Valepar. A Bradespar, comandada pelo Bradesco, tem outros 21,21%; enquanto o Mitsui e o BNDESpar têm, respectivamente, 18,24% e 11,51% da controladora da Vale.

Murilo Ferreira, em imagem de arquivo (Foto: Divulgação/Vale)Ferreira, em imagem de arquivo (Foto: Divulgação/
Vale)

Perfil do novo presidente da Vale
Murilo Pinto de Oliveira Ferreira tem 57 anos e é graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), com pós-graduação em Administração e Finanças pela FGV do Rio de Janeiro e especialização em M&A pela IMD Business School, em Lausanne, na Suíça.

O executivo tem mais de 30 anos de experiência no setor de mineração e trabalhou na Vale durante 10 anos. Ele ingressou na empresa em 1998 como Diretor da Vale do Rio Doce Alumínio - Aluvale, atuando em diversos cargos executivos até sua saída em 2008, quando atuava como presidente da Vale Inco (atual Vale Canadá) e Diretor Executivo de Níquel e Comercialização de Metais Base da Vale, quando foi substituído por Tito Martins.

Em sua passagem pela Vale Canadá, Ferreira enfrentou uma prolongada greve, que contribuiu para que o executivo tivesse problemas de saúde pouco antes de deixar a empresa. Após sair da Vale, Ferreira foi convidado para ser um dos sócios fundadores da Studio Investimentos. Em março deste ano ele se desligou da gestora de ações para retomar a carreira executiva.

A indicação de Ferreira, no início de abril, surpreendeu o mercado. O nome mais cotado de início era o de Tito Martins, que comanda a Vale no Canadá. A indicação do executivo, porém, foi bem recebida pelo mercado.

Saída de Agnelli
A campanha pela saída de Roger Agnelli da presidência da Vale, cargo que o executivo ocupava desde 2001, começou ainda em 2008, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando, durante a crise econômica, a Vale demitiu quase 2 mil trabalhadores, medida que irritou o governo. Até aquele momento, o presidente e Agnelli mantinham uma relação próxima.

Em 2009, Lula criticou a Vale, defendendo que a empresa precisava exportar mais valor agregado, não apenas minério de ferro. Agnelli também sofreu críticas, quando a empresa decidiu contratar embarcações na China e na Coreia. O governo Lula defendia que a empresa priorizasse a produção dos navios em território nacional.

"A visão do governo ou a missão do governo é totalmente diferente de uma empresa”, disse Agnelli no começo do mês, durante apresentação do Vale Brasil, maior navio mineraleiro do mundo, fabricado em um estaleiro coreano.

Embora a Vale tenha sido privatizada em 1997, o governo exerce influência na companhia por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de fundos de pensão de empresas estatais liderados pela Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), que são acionistas da mineradora. Junto com a Bradespar (empresa de participações ligada ao Bradesco) e da trading japonesa Mitsui, eles controlam a Vale.

Agnelli ocupava o cargo desde 2001. Sob o comando dele, a Vale chegou à posição de segunda maior mineradora do mundo e maior exportadora brasileira. Em 2010, a empresa registrou lucro de R$ 30,1 bilhões, “o maior da história da mineração”, segundo a companhia.No 1º trimestre de 2011, a Vale teve lucro líquido recorde de R$ 11,291 bilhões, ante R$ 2,879 bilhões em igual período do ano anterior - o que equivale a alta de 292,2%.

História da Vale
1942 - Getúlio Vargas assina o decreto-lei nº 4.352 e cria a Vale, após os acordos de Washington com os EUA. Empresa encampa a Companhia Brasileira de Mineração e Siderurgia, a Companhia Itabira de Mineração e a estrada de ferro Vitória a Minas.
1943 - A assembleia de constituição definitiva da Vale aprova os estatutos da empresa e fixa a sede administrativa em Itabira (MG) e o domicílio jurídico no Rio de Janeiro. Israel Pinheiro é nomeado o primeiro presidente da empresa.
1949 - Vale é responsável por 80% das exportações brasileiras de minério de ferro
1952 - Governo brasileiro assume o controle definitivo do sistema operacional da Vale
1960 - Criação da Companhia Siderúrgica Vatu, primeira subsidiária da Vale para o beneficiamento de minérios
1962 - Criada a subsidiária Vale do Rio Doce Navegação S.A. (Docenave)
1969 -Inaugurada primeira Usina de Pelotização da Vale, em Tubarões (ES)
1970 - Acordo torna a Vale sócia majoritária do empreendimento de Carajás (PA).
1971 - Fundada a Rio Doce Geologia e Mineração S.A. (Docegeo), para realização de pesquisas e lavra de minério
1974 - Torna-se a maior exportadora de minério de ferro do mundo
1980 -Edifício-sede da Vale no Rio de Janeiro é praticamente destruído por um incêndio
1982 - Ingressa no segmento de alumínio, com o início das operações da Valesul Alumínio S.A
1985 - Rodominas entrega à Vale a Estrada de Ferro Carajás. É inaugurado o Projeto de Ferro Carajás
1993 - Fundação Getúlio Vargas (FGV) classifica a Vale como a primeira empresa no ranking nacional}
1994 - Papeis da Vale começam a ser negociados nos EUA
1997 - Vale é privatizada em leilão realizado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.
1998 - No primeiro ano após a privatização, Vale atinge crescimento de 46% no lucro em relação a 1996
1999 - Vale tem o lucro maior de sua história, R$ 1,251 bilhão
2003 - Apresenta maior lucro líquido da história: R$ 4,509 bilhões
2004 - ale atinge valor de mercado de US$ 25 bilhões
2005 - Empresa tem recorde histórico na produção de minério de ferro, com 240,413 milhões de toneladas
2006 - Anuncia compra da mineradora cadandense Inco
2007 - A Vale do Rio Doce passa a se chamar Vale
2010 - Vale tem novo lucro recorde, de R$ 30,1 bilhões.

terça-feira, 17 de maio de 2011


Área de exploração em São Mateus do Sul, Brasil, de rochas de xisto, das quais se extrai o óleo (crédito: Divulgação Petrobrás)


Rio de Janeiro e São Mateus do Sul (PR) - Em uma sala decorada com enormes lustres de cristais, em um dos hotéis mais luxuosos e icônicos do Brasil – o Copacabana Palace, no Rio de Janeiro – um grupo de executivos de empresas de petróleo e gás da América do Sul reuniu-se no último dia 13 de abril para discutir o mercado de energia na região. Naturalmente, os assuntos principais giravam em torno das enormes reservas de gás natural e petróleo do pré-sal, encontradas nos últimos anos na costa brasileira. Mas uma sessão no fim da tarde despertou o interesse da plateia. Em um painel, especialistas expuseram dados sobre as reservas de gás de xisto na América do Sul.

De acordo com a Energy Information Administration (EIA), do governo americano, os países sul-americanos possuem algumas das maiores reservas de gás xisto fora da América do Norte. Enquanto os EUA e Canadá possuem cerca de 2020 trilhões de pés cúbicos (TCF) que podem ser extraídos da terra, Argentina e Brasil juntos alcançam cerca de 1225 trilhões de pés cúbicos.

O que é o gás de Xisto

O xisto é o nome mais conhecido do folhelho pirobetuminoso, formação rochosa que contém diferentes formas de combustíveis, como óleos e gases, geralmente aprisionados nas rochas superficiais ou em reservatórios profundos. A extração de gás de xisto em larga escala começou há cerca de uma década nos Estados Unidos com o uso da tecnologia de "fraturamento hidraúlico", onde grandes quantidades de água são bombeadas nos reservatórios expandindo a rocha e liberando o gás.

Nos Estados Unidos, o gás de xisto (oushale gas) tem sido apontado como uma solução para dependência das importações de petróleo e a suposta vantagem ambiental do combustível sobre o carvão. Para ler mais, vejam o especial do jornal Guardian.
A Argentina sozinha detém 65% das reservas sul-americanas. Por isso, as atenções estão voltadas para lá no momento. No ano passado, uma prospeção na bacia de Neuquém, na Patagonia, feita pela empresa YBF, contralada pela espanhola Repsol, confirmou uma jazida de 4,5 TCF na região, o equivalente a 700 milhões barris de petróleo.

A descoberta despertou verdadeira corrida do ouro nas palavras do diretor da America Petrogas Inc, Easton Wren, presente na conferência no Rio. Além da Repsol, a bacia já recebe investimentos da Chevron, Apache e Total, entre outras menores. A America Petrogas é uma delas; em Neuquém prospecta uma área de aproximadamente 600 km². “Tenho certeza que o gás de xisto será a história energética do século 21”, disse Wren durante o encontro no Rio.

Apesar dos altos custos da exploração, as empresas receberam incentivos do governo argentino para a exploração do gás, o que está atraindo empresas de tecnologia e investidores à região. Enquanto o gás natural tem preço de 5,5 dólares por BTU, o gás não convencional recebe até 7,5 dólares por BTU.

Já no Brasil, graças ao pré-sal, o setor de energia neste momento concentra-se em investimentos na costa, onde grandes reservas têm sido descobertas desde 2008. Mas o principal ator do setor no país – a estatal Petrobras - não está parado. Entre os anos 2010 – 2011, a empresa anunciou um investimento de 100 milhões de dólares somente para pesquisas na área de exploração de xisto. Isso representa 35% de todo o orçamento de pesquisa para o período.

Por ora, o foco principal da companhia é a extração do óleo do folhelho pirobetuminoso, que exige, ao invés de perfurações, a mineração de uma camada superficial da rocha.

A mineração em São Mateus do Sul

Área recuperada após a mineração em São Mateus do Sul (crédito: Divulgação Petrobrás)


A exploração é feita no Sul do Brasil, na formação Irati, considerada uma das maiores reservas mundiais de xisto. Sobre essa jazida está a cidade de São Mateus do Sul, interior do estado do Paraná, local onde desde 1972, a Petrobras opera sua unidade de Industrialização do Xisto, a Petrosix.

Atualmente são obtidos 4 mil barris/dia através de um processo industrial que consiste em moer as cerca de 7 mil toneladas diárias de xisto e submetê-las a altas temperaturas para extrair desse minério o óleo e seus derivados, como o enxofre. “Esta tecnologia termina o que a natureza começou: transforma a rocha em petróleo e gás”, explica o geólogo Fernando Mancini, da Universidade Federal do Paraná.

Entretanto, como toda atividade mineradora e industrial, a Petrosix causa impactos ambientais durante a lavra e o processamento do folhelho. No processo de abertura das minas, a retirada da vegetação e do solo locais modificam completamente a paisagem. Já no momento do processamento e refino, tem-se a emissão de gases poluentes da atividade industrial.

Para mitigar esses impactos e reabilitar as áreas mineradas, a gerente geral da Petrosix, Elza Kallas, informa que a empresa mantém estudos de biodiversidade e consegue recuperar em escala industrial as áreas exploradas desde 1979. “Mantemos um viveiro que produz 180 mil mudas de plantas nativas ao ano. Elas são replantadas nas áreas mineradas, obedecendo a densidade florestal nativa, o que viabiliza o retorno natural da fauna local”, declara.

No que se refere à qualidade do solo reabilitado, o professor do Departamento de Química da UFPR, Antonio Mangrich, orientou alguns estudos. Em 2009, sua então mestranda, Jeniffer Santos, fez uma comparação entre os primeiros 75 cm de solo de uma área nativa e da área recuperada após a mineração do xisto. Dentre os resultados, constatou que os solos eram bastante semelhantes em sua composição química, não afetando o desenvolvimento da flora e fauna local, sendo considerada efetiva a recuperação da área florestada pela Petrosix.

Mas nem sempre foi assim. Uma pesquisa no Instituto Ambiental do Paraná (IAP), órgão fiscalizador do estado, revela que a Petrosix já foi multada duas vezes nos anos recentes por descumprir normas de qualidade de água. Em 2004 e 2006, a usina teria despejado efluentes contaminados em rios importantes da região de São Mateus do Sul. O presidente do IAP, Luiz Tarcísio Pinto, assegura que no momento a empresa está com o licenciamento ambiental em dia. “Periodicamente, o Instituto recebe estudos de monitoramento. Nossos técnicos analisam o material, referentes ao controle da poluição atmosférica, dos corpos de água e de águas subterrâneas. Se não estiver tudo nos padrões, a empresa á autuada”, afirma.

A planta é considerada o motor econômico da cidade. Segundo o prefeito Luiz Adyr Gonçalves Pereira, “o município melhorou sua arrecadação de impostos, contou com a geração de empregos e com a melhoria da qualidade de vida da população”.

Na contramão da opinião do prefeito, um estudo sobre a influência das emissões atmosféricas na saúde da população de São Mateus do Sul indica que a quantidade de material particulado na região da Petrosix está acima dos padrões aceitáveis. O trabalho foi apresentado em audiência pública pelo perito Helvio Rech, Doutor em Ciências (USP) e professor da Universidade Federal do Pampa na área de avaliação de impactos ambientais.

Com o objetivo de verificar as causas da incidência de problemas respiratórios na população local, a pesquisa analisou a presença de material particulado de 2,5 micrômetros na região do entorno da mineradora. “Essas partículas pequenas não são monitoradas pela indústria, já que a legislação prevê monitoramento de partículas acima de 100 micrômetros”, explica Rech. Como resultados, o perito destaca que “analisando o xisto e comparando os elementos do minério com os dos materiais particulados é possível afirmar que o elemento poluente que foi encontrado nessas partículas, como ferro, silício e enxofre, são os que compõem o xisto. Ou seja, os elementos que estão aderidos nessas partículas tem origem nas atividades mineradoras do xisto”.

Mesmo assim, a gerente geral garante que a tecnologia Petrosix atende a todos os padrões de emissões atmosféricas. “Buscamos antecipar tecnologias e evitar emissões de qualquer tipo, antes mesmo de haver legislação para isso. Sempre trabalhamos visando minizar os impactos ambientais”, conclui.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Domínio Público

Acredito que poucos tenham conhecimento sobre um site do ministério público que tem como objetivo integrar, coletar, preservar e compartilhar conhecimentos.
O site http://www.dominiopublico.gov.br/ , possui um acervo de livros, músicas, pinturas, vídeos e outras obras interessantes, de modo que vale a pena dar uma visitada no site.
"Uma biblioteca digital é onde o passado encontra o presente e cria o futuro"
Dr. Avul Pakir Jainulabdeen Abdul Kalam
Presidente da Índia - 09 de Setembro de 2003